A sífilis, considerada um dos grandes desafios da saúde pública pela sua alta capacidade de contágio, vem registrando um aumento expressivo no número de casos em todo o país. A doença pode ser transmitida durante relações sexuais desprotegidas e também da mãe para o bebê, durante a gestação ou no momento do parto. Para reforçar os atendimentos realizados no Município, médicos e enfermeiros participaram durante dois dias de uma formação sobre o Protocolo Clínico de Manejo da Sífilis adquirida, gestacional e congênita.
Ministrada pela médica Dra. Ana Paula Jorge Fernandes, especialista em Infecção Sexualmente Transmissível (IST), abordou as principais atualizações, mudanças nas condutas e estratégias para o diagnóstico e tratamento da doença. Entre os pontos mais discutidos esteve a importância da interpretação dos testes, considerada fundamental para garantir uma conduta terapêutica adequada e evitar complicações graves, como a transmissão vertical da mãe para o filho.
A atividade também reforçou a necessidade do trabalho em equipe entre médicos, enfermeiros, agentes comunitários e toda a rede de saúde, conjunto indispensável para ampliar a conscientização, garantir o diagnóstico precoce e assegurar o acompanhamento adequado dos pacientes.
A médica destacou que a sífilis continua sendo uma questão sanitária de grande preocupação para os serviços de saúde. Segundo ela, a atualização do protocolo tem como objetivo reforçar a necessidade de uma triagem eficiente, da correta interpretação dos exames e da garantia de um tratamento realizado no tempo certo.
“Trata-se de uma doença que pode ser totalmente prevenida e tratada quando seguimos protocolos claros e acessíveis em suas diferentes formas. Ao investir na capacitação contínua dos profissionais, garantimos que a população tenha acesso a informações corretas e fortalecemos toda a rede de saúde”, ressaltou.
A sífilis pode se manifestar nas fases primária, secundária, latente e terciária, apresentando desde lesões na pele e mucosas até complicações graves que afetam o sistema nervoso e o coração, quando não tratada adequadamente.
O secretário municipal de Saúde e médico, Vanio Jordani destaca que a preocupação em relação a doença se intensifica quando se trata de gestantes. "A sífilis congênita é uma realidade que nos preocupa imensamente. Uma grávida infectada e sem o tratamento correto pode transmitir a doença ao bebê, o que eleva o risco de aborto, parto prematuro, malformações e até a morte do recém-nascido", finaliza”.
Ele acrescenta ainda que toda iniciativa que amplie o tratamento da sífilis na Atenção Primária do SUS, de maneira eficaz, merece ser estimulada.
Texto: Janaína Oliveira
Fotos: CIES
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